2 Reis 5

  1. Naamã, general do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor, e mui acatado, porque por ele Jeová tinha dado vitória à Síria: era também ilustre em valor, porém leproso.
  2. Os siros tinham feito uma arrancada, e da terra de Israel tinham levado cativa uma menina, que estava ao serviço da mulher de Naamã.
  3. Ela disse a sua senhora: Oxalá que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria! Pois este o curaria da lepra que padece.
  4. Então entrou Naamã e notificou ao seu senhor, dizendo: Assim e assim disse a menina que é da terra de Israel.
  5. Respondeu o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. Partiu Naamã, e levou consigo dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro, e dez mudas de vestidos.
  6. Levou a carta ao rei de Israel, a qual dizia: Agora quando chegar esta carta às tuas mãos, saberás que te enviei o meu servo Naamã, para que o cures da sua lepra.
  7. Tendo o rei de Israel lido a carta, rasgou os seus vestidos e disse: Acaso sou eu Deus, com poder de tirar e dar vida, para que este me envie um homem a fim de eu o curar da sua lepra? Mas adverti e vede como anda buscando ocasião para romper comigo.
  8. Quando Eliseu, homem de Deus, ouviu que o rei de Israel rasgara os seus vestidos, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste os teus vestidos? Que venha ele ter comigo, e saberá que há um profeta em Israel.
  9. Veio Naamã com os seus cavalos e com os seus carros, e parou à porta da casa de Eliseu.
  10. Eliseu enviou-lhe um mensageiro que lhe dissesse: Vai e lava-te sete vezes no Jordão e a tua carne tornará a ti, e ficarás limpo.
  11. Mas Naamã indignou-se e, retirando-se, disse: Eis que pensava eu, ele com certeza sairá a ter comigo, pôr-se-á em pé, invocará o nome de Jeová seu Deus, passará a mão sobre o lugar da lepra e restaurará o leproso.
  12. Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles, e ficar limpo? Assim voltou e se foi enfurecido.
  13. Então chegaram os seus servos e lhe disseram: Meu pai, se o profeta te houvesse ordenado uma coisa muito difícil, porventura não haverias feito? Quanto mais, pois, quando ele te diz: Lava-te, e fica limpo?
  14. Desceu ele e mergulhou-se sete vezes no Jordão, conforme a palavra do homem de Deus; a sua carne tornou-se como a carne dum menino pequenino, e ficou limpo.
  15. Voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e veio e se apresentou diante de Eliseu, e disse: Eis agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel; agora recebe do teu servo um presente.
  16. Mas ele respondeu: Pela vida de Jeová, em cuja presença estou, não o receberei. Instou com ele para que o tomasse, mas ele recusou.
  17. Disse Naamã: Se não, rogo-te que se me dê da terra do país quanta baste para carregar duas mulas; pois daqui avante o teu servo não oferecerá holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão a Jeová.
  18. Nisto perdoe Jeová ao teu servo: quando meu amo entrar na casa de Rimom para ali adorar, e se encostar na minha mão, e eu me prostrar na casa de Rimom, perdoe Jeová ao teu servo, quando ali me prostrar.
  19. Eliseu disse-lhe: Vai-te em paz. Retirou-se dele uma pequena distância.
  20. Mas Geazi, criado do homem de Deus, disse: Eis que o meu amo poupou a este Naamã siro, não recebendo das mãos dele o que trouxe; pela vida de Jeová, correrei atrás dele, e receberei dele alguma coisa.
  21. Então foi Geazi em alcance de Naamã. Quando Naamã viu a alguém correndo atrás dele, saltou do carro a recebê-lo e perguntou: Vai tudo bem?
  22. Respondeu ele: Tudo vai bem. Meu amo enviou-me a dizer: Eis que agora mesmo são chegados a mim da região montanhosa de Efraim dois moços dos filhos dos profetas; dá-lhes um talento de prata e duas mudas de vestidos.
  23. Disse Naamã: Sê servido de tomar dois talentos. Instou com ele, e atou dois talentos de prata juntamente com duas mudas de vestidos em dois sacos, e pô-los sobre dois dos seus servos, que os levaram diante de Geazi.
  24. Tendo ele chegado ao outeiro, tomou-os das mãos deles, e depositou-os na casa; e despediu os homens, que se foram.
  25. Ele, porém, entrou, e pôs-se diante do seu amo. Perguntou-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma.
  26. Replicou-lhe Eliseu: Porventura não foi contigo o meu coração, quando o homem voltou do seu carro ao teu encontro? Era a ocasião para receberes dinheiro, e para receberes vestidos, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas?
  27. Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua semente para sempre. Geazi saiu da presença de Eliseu branco de lepra como a neve.

2 Reis 4

  1. Uma mulher dentre as mulheres dos filhos dos profetas clamou a Eliseu, dizendo: O teu servo, meu marido, morreu. Tu sabes que o teu servo temia a Jeová. É chegado o credor para levar meus dois filhos para lhe serem escravos.
  2. Eliseu perguntou-lhe: Que te hei de fazer? Dize-me, que é o que tens em casa? Respondeu ela: A tua serva não tem nada em casa senão uma almotolia de azeite.
  3. Disse ele: Vai, pede emprestados a todas as tuas vizinhas ao redor vasos despejados; não peças poucos.
  4. Entrarás e fecharás a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deitarás azeite em todos esses vasos; porás à parte o que estiver cheio.
  5. Partiu dele, e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; eles chegavam-lhe os vasos, e ela os enchia.
  6. Cheios que foram os vasos, disse ela a um de seus filhos: Chega-me cá ainda um vaso. Ele lhe respondeu: Não há mais vaso nenhum. O azeite parou.
  7. Então veio ela, e o fez saber ao homem de Deus. Ele disse: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida, e tu e teus filhos vivei do resto.
  8. Um dia passou Eliseu por Suném, onde se achava uma mulher de distinção; e ela o constrangeu a comer. Sucedeu que todas as vezes que ele passava por ali, lá entrava para comer.
  9. Ela disse a seu marido: Vejo que é um santo homem de Deus este que passa constantemente por nossa casa.
  10. Façamos-lhe um pequeno quarto sobre o muro; ponhamos-lhe ali uma cama, e uma mesa, e uma cadeira, e um candeeiro; quando ele vier à nossa casa, para ali se retirará.
  11. Sucedeu que um dia ele veio ali, retirou-se para o quarto, e nele se deitou.
  12. Disse ao seu servo Geazi: Chama esta sunamita. Tendo-a ele chamado, ela se apresentou perante ele.
  13. Eliseu disse a Geazi: Dize-lhe: Eis que nos tens tratado com todo este desvelo, que se há de fazer por ti? Queres que se fale ao rei ou ao general do exército a teu favor? Ela respondeu: Eu habito no meio do meu povo.
  14. Então disse ele: Que se há de fazer por ela? Geazi respondeu: Ela, de fato, não tem filho, e seu marido é velho.
  15. Disse Eliseu: Chama-a. Tendo-a ele chamado, ela se apresentou à porta.
  16. Eliseu disse-lhe: Por este tempo daqui a um ano abraçarás um filho. Ela respondeu: Não, meu senhor, homem de Deus, não mintas à tua serva.
  17. A mulher concebeu e deu à luz um filho no tempo determinado quando fez um ano, conforme Eliseu lhe dissera.
  18. Tendo o menino crescido, saiu a ter com seu pai que estava com os ceifeiros.
  19. Disse a seu pai: Minha cabeça! Minha cabeça! Ele disse ao seu criado: Leva-o a sua mãe.
  20. Tendo tomado ao menino, levou-o a sua mãe, em cujos joelhos ficou sentado até o meio-dia, e então morreu.
  21. Ela subiu e o deitou sobre a cama do homem de Deus, fechou sobre ele a porta e saiu.
  22. Então chamou a seu marido e disse: Manda-me um dos servos e uma jumenta, para que eu vá à pressa ter com o homem de Deus, e volte.
  23. Ele perguntou: Para que queres ir ter com ele hoje? Não é lua nova, nem sábado. Ela respondeu: Deixa-me em paz.
  24. Ela fez albardar a jumenta e disse ao seu servo: Guia e apressa-te; não me demores no caminho, senão quando eu te ordenar.
  25. Partiu e foi ter com o homem de Deus ao monte Carmelo. Vendo-a de longe o homem de Deus, disse ao seu servo Geazi: Eis aí a sunamita;
  26. corre a encontrar com ela, e pergunta-lhe: Vais bem? Vai bem teu marido? Vai bem o menino? Ela respondeu: Vai bem.
  27. Tendo ela vindo ter com o homem de Deus ao monte, pegou-lhe nos pés. Chegou-se Geazi para a remover, porém o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma está em amargura; Jeová mo encobriu e não me manifestou.
  28. Então disse ela: Acaso pedi eu algum filho, meu senhor? Não disse eu: Não me enganes?
  29. Eliseu disse a Geazi: Cinge os teus lombos, toma o meu bordão na mão e parte. Se encontrares alguém, não o saúdes; se alguém te saudar, não lhe respondas; põe tu o meu bordão sobre o rosto do menino.
  30. A mãe do menino disse: Pela vida de Jeová, e pela vida da tua alma, que não te deixarei. Levantou-se ele, pois, e a seguiu.
  31. Geazi passou adiante deles, e pôs o bordão sobre o rosto do menino; porém não havia nele nem voz nem sentido. Pelo que voltou a encontrar-se com Eliseu e disse-lhe: Não despertou o menino.
  32. Tendo Eliseu chegado à casa, eis que o menino estava morto e posto em cima da sua cama.
  33. Entrou, cerrou a porta sobre eles ambos, e orou a Jeová.
  34. Subiu à cama, deitou-se sobre o menino, e pôs a boca sobre a boca dele, os seus olhos sobre os olhos dele, as suas mãos sobre as mãos dele, e encurvou-se sobre ele; e cobrou calor a carne do menino.
  35. Então desceu e deu duas voltas pela casa; depois subiu e encurvou-se sobre ele; o menino espirrou sete vezes, e abriu os olhos.
  36. Chamou a Geazi e disse: Chama essa sunamita. Ele a chamou. Quando ela se lhe apresentou, disse ele: Toma teu filho.
  37. Então ela entrou, lançou-se aos pés dele, e prostrou-se com o rosto em terra; tomou a seu filho e saiu.
  38. Eliseu voltou para Gilgal. Havia fome na terra; e os filhos dos profetas estavam sentados diante dele. Disse ao seu servo: Põe tu a panela grande ao lume, e faze um caldo de ervas para os filhos dos profetas.
  39. Saiu um ao campo para apanhar ervas; achou uma como parra silvestre, colheu dela os frutos até encher a sua capa e, voltando, cortou-os em pedaços e pôs na panela de caldo: pois não os conheciam.
  40. Depois deram aos homens para comerem. Enquanto comiam o caldo, exclamaram e disseram: Homem de Deus, há morte na panela. E não puderam comer.
  41. Ele, porém, disse: Trazei farinha. Ele a deitou na panela e disse: Tira para o povo a fim de que coma. Não havia mal nenhum na panela.
  42. Um homem veio de Baal-Salisa, e trouxe ao homem de Deus uns pães das primícias, vinte pães de cevada, e trigo novo no seu alforje. Eliseu disse: Dá ao povo, para que coma.
  43. Disse-lhe o seu servo: Que dizes? Hei de eu pôr isto diante de cem homens! Porém ele tornou: Dá ao povo, para que coma; porque assim diz Jeová: Comerão, e sobejará.
  44. Então lhos pôs diante; comeram, e ainda sobrou, conforme a palavra de Jeová.

2 Reis 3

  1. Ora Jorão, filho de Acabe, começou a reinar sobre Israel em Samaria no décimo oitavo ano de Josafá, rei de Judá, e reinou doze anos.
  2. Fez o mal aos olhos de Jeová; porém não tanto como seu pai nem sua mãe, pois tirou a coluna de Baal que seu pai tinha feito.
  3. Todavia se apegou aos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que este fez pecar a Israel; não se apartou deles.
  4. Ora Mesa, rei de Moabe, era criador de ovelhas, e pagava seu tributo ao rei de Israel com a lã de cem mil cordeiros e de cem mil carneiros.
  5. Quando, porém, Acabe morreu, rebelou-se o rei de Moabe contra o rei de Israel.
  6. O rei Jorão saiu nesse tempo de Samaria, e fez revista de todo o Israel.
  7. Mandou dizer a Josafá, rei de Judá: O rei de Moabe rebelou-se contra mim; irás comigo à guerra contra Moabe? Respondeu ele: Subirei; como tu és, sou eu, o meu povo como teu povo, os meus cavalos como os teus cavalos.
  8. Então perguntou Jorão: Por que caminho havemos de subir? Respondeu ele: Pelo caminho do deserto de Edom.
  9. Partiram o rei de Israel, o rei de Judá e o rei de Edom; e andaram rodeando com uma marcha de sete dias; não havia água para o exército nem para as bestas que os seguiam.
  10. Disse o rei de Israel: Ai! Jeová chamou estes três reis para os entregar nas mãos de Moabe.
  11. Perguntou, porém, Josafá: Não há aqui algum profeta de Jeová, para por meio dele consultarmos a Jeová? Respondeu um dos servos do rei de Israel: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que derramava água sobre as mãos de Elias.
  12. Disse Josafá: A palavra de Jeová está com ele. Desceram a estar com ele o rei de Israel, o rei de Judá e o rei de Edom.
  13. Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai ter com os profetas de teu pai, e com os profetas de tua mãe. Respondeu-lhe o rei de Israel: Não; porque Jeová chamou estes três reis para os entregar nas mãos de Moabe.
  14. Disse Eliseu: Pela vida de Jeová, em cuja presença estou, se não fosse respeitar eu a presença de Josafá, rei de Judá, sem dúvida não te daria atenção nem te veria.
  15. Agora, porém, trazei-me um menestrel. Quando o menestrel tocava, veio a mão de Jeová sobre Eliseu.
  16. Ele disse: Assim diz Jeová: Enchei este vale de covas.
  17. Pois assim diz Jeová: Não sentireis vento, nem vereis chuva, contudo esse vale se encherá de água; e bebereis vós, e os vossos servos, e as vossas bestas.
  18. Isto é ainda pouco aos olhos de Jeová; ele também entregará os moabitas nas vossas mãos.
  19. Ferireis todas as cidades fortalecidas e todas as cidades escolhidas, e cortareis todas as árvores boas, e entupireis todas as fontes de água e danificareis com pedras todos os terrenos bons.
  20. Pela manhã, ao tempo de se oferecer a oblação, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom, e a terra se encheu de água.
  21. Quando todos os moabitas ouviram que os reis haviam subido para pelejarem contra eles, convocaram-se a si mesmos, a saber, todos os que estavam em idade de pegar armas, e mesmo para cima, e esperaram nas fronteiras.
  22. Levantando-se de madrugada, e raiando o sol sobre as águas, viram os moabitas diante de si as águas vermelhas como sangue.
  23. Disseram: É sangue, sem dúvida os reis são destruídos, e de parte a parte se mataram; agora, ó Moabe, à presa.
  24. Tendo os moabitas chegado ao arraial de Israel, levantaram-se os israelitas e feriram-nos, de modo que fugiram diante deles; e os israelitas entraram na terra, ferindo aos moabitas.
  25. Arrasaram as cidades; sobre todos os bons terrenos lançaram cada um a sua pedra, e os entulharam; entupiram todas as fontes de água, e cortaram todas as boas árvores; até que só a Quir-Haresete lhe deixaram ficar as pedras. Contudo os fundeiros a cercaram, e a feriram.
  26. Vendo o rei de Moabe que a peleja lhe ia sendo adversa, tomou consigo setecentos homens que puxavam de espada para abrir caminho até o rei de Edom; porém não puderam.
  27. Então ele tomou seu filho primogênito que havia de reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto sobre o muro. Suscitou-se grande ira contra Israel; retiraram-se dele, e voltaram para sua terra.

2 Reis 2

  1. Quando Jeová estava para tomar a Elias ao céu por um redemoinho, Elias partiu de Gilgal em companhia de Eliseu.
  2. Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque Jeová me enviou para ir até Betel. Respondeu Eliseu: Pela vida de Jeová e pela vida da tua alma, que não te deixarei. Desceram a Betel.
  3. Os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram ao encontro de Eliseu, e disseram-lhe: Sabes que Jeová há de tirar hoje o teu amo de sobre a tua cabeça? Respondeu ele: Também eu o sei; calai-vos.
  4. Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque Jeová me enviou a Jericó. Respondeu Eliseu: Pela vida de Jeová e pela vida da tua alma, que não te deixarei. Assim foram a Jericó.
  5. Então os filhos dos profetas que estavam em Jericó, se chegaram a Eliseu e lhe disseram: Sabes que Jeová há de tirar hoje o teu amo de sobre a tua cabeça? Respondeu ele: Também eu o sei; calai-vos.
  6. Elias disse-lhe: Fica-te aqui, porque Jeová me enviou ao Jordão. Respondeu Eliseu: Pela vida de Jeová, e pela vida da tua alma, que não te deixarei. Foram, pois, ambos juntos.
  7. Foram cinquenta homens dos filhos dos profetas, e pararam defronte deles, de longe; eles ambos pararam junto ao Jordão.
  8. Elias tomou o seu manto e, dobrando-o, feriu as águas, as quais se dividiram para as duas bandas, de modo que ambos passaram a pé enxuto.
  9. Depois de terem passado, disse Elias a Eliseu: Pede o que te hei de fazer, antes que seja de ti arrebatado. Respondeu Eliseu: Peço-te que haja sobre mim uma dobrada porção do teu espírito.
  10. Tornou-lhe Elias: Difícil coisa pediste. Todavia se me vires quando de ti for arrebatado, assim se te fará; porém do contrário, não se te fará.
  11. Caminhando eles ainda, e conversando, eis que apareceu um carro de fogo, e cavalos de fogo, os quais os separaram um do outro; Elias subiu ao céu por um redemoinho.
  12. Eliseu o viu, e clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e os seus cavaleiros. Não o viu mais; pegou nos seus vestidos e rasgou-os em duas partes.
  13. Também levantou o manto de Elias que este deixara cair e, voltando, pôs-se à borda do Jordão.
  14. Tomou o manto que Elias deixara cair, feriu as águas e disse: Onde está Jeová, Deus de Elias? Quando ele ferira as águas, elas se dividiram para as duas bandas, e Eliseu passou.
  15. Vendo-o os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. Vieram-lhe ao encontro, e prostraram-se com o rosto em terra diante dele.
  16. Disseram-lhe: Eis que agora entre os teus servos há cinquenta homens fortes. Deixa-os ir, te pedimos, em procura do teu amo; não suceda que o espírito de Jeová o tenha arrebatado e atirado com ele para algum monte ou para algum vale. Eliseu respondeu: Não envieis.
  17. Quando instaram com ele, até que se envergonhou, ele disse: Enviai. Enviaram cinquenta homens que o buscaram por três dias, porém não o acharam.
  18. Voltaram para ele, que os esperava em Jericó; e ele lhes disse: Não vos disse eu: Não vades?
  19. Os habitantes da cidade disseram a Eliseu: Eis que a situação desta cidade é agradável, como vê o meu senhor; mas as águas são péssimas, e a terra é estéril.
  20. Ele disse: Trazei-me um vaso novo, e ponde nele sal. Eles lho trouxeram.
  21. Então saiu à fonte das águas, e deitou nela sal e disse: Assim diz Jeová: Curei estas águas; elas não serão mais a causa de morte nem de esterilidade.
  22. Ficaram as águas sadias até o dia de hoje conforme a palavra que Eliseu proferiu.
  23. Dali subiu a Betel; enquanto ele ia subindo pelo caminho, saíram da cidade uns rapazes, zombaram dele e lhe disseram: Sobe, calvo; sobe, calvo.
  24. Ele olhou para trás, viu-os e amaldiçoou-os em nome de Jeová. Saíram do bosque duas ursas, e despedaçaram deles quarenta e dois.
  25. Dali foi para o monte Carmelo, e de lá voltou para Samaria.

2 Reis 1

  1. Depois da morte de Acabe rebelou-se Moabe contra Israel.
  2. Acazias caiu pela grade do seu quarto alto que tinha em Samaria, e adoeceu; enviou mensageiros e disse-lhes: Ide e consultai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta doença.
  3. O anjo de Jeová, porém, disse a Elias, tesbita: Levanta-te, e vai ao encontro dos mensageiros do rei de Samaria, e dize-lhes: É porque não há Deus em Israel, que vós ides consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?
  4. Agora assim diz Jeová: Não descerás da cama a que subiste, mas sem falta morrerás. Elias partiu.
  5. Os mensageiros voltaram a Acazias, que lhes perguntou: Por que é que voltastes?
  6. Eles lhe responderam: Um homem nos subiu ao encontro e nos disse: Ide, voltai para o rei que vos mandou e dizei-lhe: Assim diz Jeová: É porque não há Deus em Israel, que mandas consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto não descerás da cama a que subiste, mas sem falta morrerás.
  7. Ele lhes perguntou: Qual era a aparência do homem que vos subiu ao encontro e que vos disse estas palavras?
  8. Responderam-lhe: Era um homem vestido de pelos, e cingido duma correia em volta da cintura. Então disse ele: É Elias, tesbita.
  9. O rei enviou-lhe um capitão de cinquenta juntamente com os seus cinquenta. Este subiu a ter com ele; e eis que estava sentado no cume do monte. Disse-lhe: Ó homem de Deus, o rei mandou que desças.
  10. Respondeu Elias ao capitão de cinquenta: Se eu sou homem de Deus, desça do céu fogo e te devore a ti e aos teus cinquenta. Desceu fogo do céu e devorou a ele e aos seus cinquenta.
  11. O rei tornou a enviar-lhe outro capitão de cinquenta juntamente com os seus cinquenta. Este lhe disse: Ó homem de Deus, assim mandou o rei: Desce depressa.
  12. Respondeu-lhes Elias: Se eu sou homem de Deus, desça do céu fogo e te devore a ti e aos teus cinquenta. O fogo de Deus desceu do céu e devorou a ele e aos seus cinquenta.
  13. O rei tornou a enviar-lhe o capitão de uma terceira tropa de cinquenta juntamente com os seus cinquenta. Vindo este, pôs-se de joelhos diante de Elias, e suplicou-lhe e disse: Peço-te, ó homem de Deus, que seja preciosa aos teus olhos a minha vida, e a destes cinquenta teus servos.
  14. Eis que fogo desceu do céu e devorou os dois primeiros capitães de cinquenta juntamente com os seus cinquenta; agora, porém, seja preciosa aos teus olhos a minha vida.
  15. O anjo de Jeová disse a Elias: Desce com ele; não tenhas medo dele. Levantou-se e desceu com ele ao rei.
  16. Disse-lhe: Assim diz Jeová: Porquanto enviaste mensageiros a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom (é porque não há Deus em Israel, para poderes consultar a sua palavra?) Por isso não descerás da cama a que subiste, mas sem falta morrerás.
  17. Assim morreu o rei conforme a palavra de Jeová que Elias tinha pronunciado. Porque não tinha filho, em seu lugar começou Jorão a reinar, no segundo ano de Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá.
  18. Ora o restante dos atos que Acazias fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel?

1 Reis 22

  1. Passaram-se três anos sem haver guerra entre a Síria e Israel.
  2. No terceiro ano, porém, desceu Josafá, rei de Judá, a ter com o rei de Israel.
  3. Disse o rei de Israel aos seus servos: Não sabeis vós que Ramote-Gileade é nossa, e nós ficamos quietos e não a tiramos das mãos do rei da Síria?
  4. Perguntou a Josafá: Virás comigo à guerra contra Ramote-Gileade? Respondeu Josafá ao rei de Israel: Como tu és, sou eu, o meu povo como o teu povo, os meus cavalos como os teus cavalos.
  5. Disse Josafá ao rei de Israel: Consulta a palavra de Jeová.
  6. O rei de Israel ajuntou os profetas, cerca de quatrocentos homens, e perguntou-lhes: Irei à peleja contra Ramote-Gileade, ou deixarei de ir? Responderam eles: Sobe, porque Jeová a entregará nas mãos do rei.
  7. Mas Josafá disse: Não há aqui ainda algum profeta de Jeová para o consultarmos?
  8. O rei de Israel respondeu a Josafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar a Jeová, Micaías, filho de Inlá. Eu, porém, o aborreço, porque ele não profetiza acerca de mim o bem, mas o mal. Josafá disse: Não fale assim o rei.
  9. Chamou o rei de Israel a um oficial, e disse: Traze-me aqui depressa a Micaías, filho de Inlá.
  10. Ora, o rei de Israel e Josafá, rei de Judá, estavam sentados, cada um no seu trono, vestidos de trajes reais, numa eira à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam diante deles.
  11. Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e disse: Assim diz Jeová: Com estes repelirás os siros, até serem eles consumidos.
  12. Todos os profetas profetizavam da mesma maneira, dizendo: Sobe a Ramote-Gileade, e sê bem sucedido; porque Jeová a entregará nas mãos do rei.
  13. O mensageiro que foi chamar a Micaías, disse-lhe: Eis que agora as palavras dos profetas declaram, a uma voz, boas cousas ao rei; seja, pois, a tua palavra como a dum deles, e fala tu o que é bom.
  14. Respondeu Micaías: Pela vida de Jeová, o que Jeová me disser, isso falarei.
  15. Tendo ele chegado ao rei, perguntou-lhe este: Micaías, iremos à peleja contra Ramote-Gileade, ou deixaremos de ir? Ele lhe respondeu: Sobe, e sê bem sucedido, que Jeová a entregará nas mãos do rei.
  16. O rei disse-lhe: Quantas vezes te hei de conjurar que não me fales em nome de Jeová senão a verdade?
  17. Então disse ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e Jeová disse: Estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa.
  18. Disse o rei de Israel a Josafá: Não te disse eu que ele não profetizaria acerca de mim o bem, mas o mal?
  19. Micaías prosseguiu: Ouve, portanto, a palavra de Jeová: Vi a Jeová sentado no seu trono, e todo o exército do céu em pé junto a ele à sua mão direita e à sua esquerda.
  20. Perguntou Jeová: Quem enganará a Acabe, para que suba e caia em Ramote-Gileade? Um disse uma cousa, e outro outra.
  21. Saiu um espírito, apresentou-se diante de Jeová e disse: Eu o enganarei.
  22. Perguntou-lhe Jeová: Como? Respondeu ele: Sairei e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Disse Jeová: Tu o enganarás, e virás a prevalecer; sai e faze-o assim.
  23. Agora eis que Jeová pôs um espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas; e Jeová pronunciou o mal a respeito de ti.
  24. Chegou-se Zedequias, filho de Quenaaná, e feriu a Micaías no queixo, e disse: Por onde saiu de mim o espírito de Jeová para falar a ti?
  25. Micaías disse: Tu o verás naquele dia, em que entrares numa câmara interior para te esconderes.
  26. Disse o rei de Israel: Tomai a Micaías, e levai-o a Amom, governador da cidade, e a Joás, filho do rei;
  27. e dizei: Assim diz o rei: Metei este homem na cadeia, e sustentai-o com pão e água de angústia, até que eu volte em paz.
  28. Micaías disse: Se, na verdade, voltares em paz, não falou Jeová por meio de mim. Acrescentou: Ouvi, povos, todos vós.
  29. Subiram o rei de Israel e Josafá, rei de Judá, a Ramote-Gileade.
  30. O rei de Israel disse a Josafá: Eu me disfarçarei e entrarei na peleja; porém veste tu os teus vestidos. Disfarçou-se o rei de Israel e entrou na peleja.
  31. Ora, o rei da Síria tinha ordenado aos trinta e dois capitães dos seus carros, dizendo: Não pelejeis nem contra pequeno nem contra grande, mas tão somente contra o rei de Israel.
  32. Quando os capitães dos carros viram a Josafá, disseram: Sem dúvida este é o rei de Israel. Desviaram-se para pelejar contra ele: e Josafá gritou.
  33. Vendo os capitães dos carros que ele não era o rei de Israel, voltaram deixando de persegui-lo.
  34. Um homem armou o seu arco ao acaso, e feriu ao rei de Israel por entre as juntas da sua armadura; pelo que ele disse a quem lhe guiava o carro: Dá volta, leva-me para fora do exército, porque estou gravemente ferido.
  35. A peleja tornou-se renhida naquele dia. O rei foi sustido no seu carro contra os siros, e à tarde morreu. O sangue corria da ferida para o fundo do carro.
  36. Ao pôr-do-sol percorreu pelas hostes a palavra: Cada um para a sua cidade e cada um para a sua terra.
  37. Morreu o rei, e foi levado a Samaria, onde o enterraram.
  38. Lavaram o carro junto ao tanque de Samaria, e os cães lamberam-lhe o sangue (ora as prostitutas ali se banhavam), segundo a palavra que Jeová proferiu.
  39. O restante dos atos de Acabe, e tudo o que ele fez, e a casa de marfim que construiu, e todas as cidades que edificou, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Israel?
  40. Assim adormeceu Acabe com seus pais. Em seu lugar reinou Acazias, seu filho.
  41. Josafá, filho de Asa, começou a reinar sobre Judá no quarto ano de Acabe, rei de Israel.
  42. Josafá tinha trinta e cinco anos, quando começou a reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Azuba, filha de Sili.
  43. Ele andou em todo o caminho de Asa, seu pai; dele não se desviou, fazendo o que era bom aos olhos de Jeová.
  44. Todavia não se tiraram os altos; o povo ainda oferecia sacrifícios e queimava incenso nos altos.
  45. Josafá fez paz com o rei de Israel.
  46. Ora o restante dos atos de Josafá, e o poder que manifestou, e como guerreou, porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?
  47. O restante dos sodomitas que ficaram nos dias de seu pai Asa, expeliu-o da terra.
  48. Não havia rei em Edom, porém um vice-rei.
  49. Josafá fez navios de Társis para irem a Ofir em busca de ouro; mas não foram, porque os navios se destroçaram em Eziom-Geber.
  50. Então disse Acazias, filho de Acabe, a Josafá: Vão os meus servos embarcados com os teus. Mas Josafá não quis.
  51. Adormeceu Josafá com seus pais, e foi enterrado com eles na cidade de seu pai Davi. Em seu lugar reinou seu filho Jorão.
  52. Acazias, filho de Acabe, começou a reinar sobre Israel em Samaria no ano dezessete de Josafá, rei de Judá, e reinou sobre Israel dois anos.
  53. Ele fez o mal aos olhos de Jeová, e andou no caminho de seu pai, e no caminho de sua mãe, e no caminho de Jeroboão, filho de Nebate, pelo qual fez pecar a Israel.
  54. Ele serviu a Baal, e o adorou, e provocou à ira a Jeová, Deus de Israel, segundo tudo o que seu pai havia feito.

1 Reis 21

  1. Sucedeu depois destas cousas que Nabote, jezreelita tinha uma vinha, que estava em Jezreel, perto do palácio de Acabe, rei de Samaria.
  2. Acabe disse a Nabote: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está perto da minha casa. Dar-te-ei por ela uma vinha melhor: ou, se for do teu agrado, dar-te-ei em dinheiro o que ela vale.
  3. Respondeu Nabote a Acabe: Deus me guarde de que eu te dê a herança de meus pais.
  4. Veio Acabe para sua casa desgostoso e indignado, por causa da palavra que Nabote, jezreelita lhe falara; pois este lhe dissera: Não te darei a herança de meus pais. Tendo-se deitado na sua cama, voltou o rosto, e não quis comer.
  5. Porém Jezabel, sua mulher, veio ter com ele, e lhe disse: Por que está o teu espírito tão desgostoso, que não comes pão?
  6. Ele lhe respondeu: Porque falei a Nabote, jezreelita, e lhe disse: Dá me por dinheiro a tua vinha, ou, se te apraz, te darei por ela outra vinha; e ele respondeu: Não te darei a minha vinha.
  7. Disse-lhe Jezabel, sua mulher: És tu mesmo que estás governando agora o reino de Israel! Levanta-te, come e seja alegre o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, jezreelita.
  8. Escreveu ela cartas em nome de Acabe e, selando-as com o selo dele, enviou as cartas aos anciãos e aos nobres que havia na cidade, e habitavam com Nabote.
  9. Eis o que escreveu nas cartas: Proclamai um jejum, e dai a Nabote um lugar proeminente entre o povo;
  10. ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Amaldiçoaste a Deus e ao rei. Depois levai-o para fora, e apedrejai-o, até que morra.
  11. Os homens da cidade dele, os anciãos e os nobres que nela habitavam, fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme estava escrito nas cartas que ela lhes enviara.
  12. Proclamaram um jejum, e deram a Nabote um lugar proeminente entre o povo.
  13. Entraram os dois homens, filhos de Belial, e sentaram-se defronte dele. Estes homens de Belial deram testemunho contra Nabote na presença do povo, dizendo: Nabote amaldiçoou a Deus e ao rei. Então o levaram para fora da cidade e o apedrejaram, de sorte que morreu.
  14. Depois mandaram dizer a Jezabel: Nabote foi apedrejado e morreu.
  15. Tendo Jezabel ouvido que Nabote fora apedrejado e morrera, disse a Acabe: Levanta-te e toma posse da vinha que Nabote, jezreelita recusou dar-te por dinheiro; pois Nabote já não vive, mas é morto.
  16. Tendo Acabe ouvido que Nabote era morto, levantou-se para descer à vinha de Nabote, jezreelita, a fim de tomar posse dela.
  17. A palavra de Jeová veio a Elias, tesbita, dizendo:
  18. Levanta-te, desce para te encontrar com Acabe, rei de Israel, que habita em Samaria. Eis que está na vinha de Nabote, aonde desceu para tomar posse dela.
  19. Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz Jeová: Mataste e ainda por cima te apoderaste da vinha? Dir-lhe-ás: Assim diz Jeová: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, lamberão os cães o teu próprio sangue.
  20. Acabe perguntou a Elias: Achaste-me, ó meu inimigo? Respondeu ele: Achei-te; porquanto te vendeste para fazeres o mal aos olhos de Jeová.
  21. Eis que trarei o mal sobre ti, e te arruinarei, e exterminarei de Acabe todo o homem, tanto escravo como livre, em Israel.
  22. Farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como a casa de Baasa, filho de Aías, por causa da provocação, com que me irritaste e fizeste pecar a Israel.
  23. Também de Jezabel falou Jeová: Os cães comerão a Jezabel junto à muralha de Jezreel.
  24. Quem morrer a Acabe na cidade, comê-lo-ão os cães; e quem lhe morrer no campo, comê-lo-ão as aves do céu
  25. (Não houve, porém, ninguém como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mau aos olhos de Jeová, sendo instigado por sua mulher Jezabel.
  26. Procedeu mui perversamente, seguindo a ídolos, conforme tudo o que fizeram os amorreus, aos quais Jeová desapossou diante dos filhos de Israel).
  27. Tendo Acabe ouvido estas palavras, rasgou os seus vestidos, cobriu de saco a sua carne e jejuou; deitava-se em saco, e andava humildemente.
  28. Então veio a palavra de Jeová a Elias, tesbita, dizendo:
  29. Estás vendo como Acabe se humilha diante de mim? Porque se humilha diante de mim, não trarei o mal nos seus dias; mas nos dias de seu filho trarei o mal sobre a sua casa.

1 Reis 20

  1. Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou todo o seu exército; e havia com ele trinta e dois reis, e cavalos e carros. Subindo, sitiou a Samaria, e pelejou contra ela.
  2. Enviou mensageiros a Acabe, rei de Israel, na cidade, e disse-lhe: Assim diz Ben-Hadade:
  3. A tua prata e o teu ouro é meu; também o melhor de tuas mulheres e filhos é meu.
  4. O rei de Israel respondeu: É conforme a tua palavra, ó rei meu senhor; eu sou teu, e tudo o que tenho.
  5. Voltaram os mensageiros e disseram: Assim diz Ben-Hadade: Enviei-te, na verdade, mensageiros que dissessem: Tu me hás de entregar a tua prata, e o teu ouro, e tuas mulheres, e teus filhos.
  6. Amanhã a estas horas te enviarei os meus servos, que esquadrinharão a tua casa, e as casas dos teus servos; meterão as mãos em tudo o que tens de precioso, e o levarão.
  7. O rei de Israel chamou todos os anciãos da terra e disse-lhes: Notai e vede como este homem procura o mal; pois me mandou pedir minhas mulheres, meus filhos, a minha prata e o meu ouro; e não lhos neguei a ele.
  8. Todos os anciãos e todo o povo lhe disseram: Não ouças nem consintas.
  9. Pelo que disse aos mensageiros de Ben-Hadade: Dizei ao rei meu senhor: Farei tudo o que mandaste pedir no princípio ao teu servo; mas esta cousa não a posso fazer. Foram-se os mensageiros, e referiram-lhe a resposta.
  10. Ben-Hadade tornou a enviar-lhe mensageiros, e disse-lhe: Assim me façam os deuses e ainda mais, se o pó de Samaria bastar para encher as mãos de todo o povo que me segue.
  11. O rei de Israel respondeu: Dizei-lhe: Não se vanglorie quem veste as armas como quem as depõe.
  12. Quando Ben-Hadade ouviu esta resposta, estando bebendo com os reis nas tendas, disse aos seus servos: Ponde-vos de prontidão. Puseram-se de prontidão contra a cidade.
  13. Eis que um profeta, chegando-se a Acabe, rei de Israel, lhe disse: Assim diz Jeová: Vês toda esta grande multidão? Pois hoje a entregarei nas tuas mãos, e saberás que eu sou Jeová.
  14. Perguntou Acabe: Por quem? Ele respondeu: Assim diz Jeová: Pelos servos dos príncipes das províncias. Acabe perguntou: Quem começará a batalha? Respondeu ele: Tu.
  15. Então fez revista dos servos dos príncipes das províncias, e eram duzentos e trinta e dois; depois deles fez revista de todo o povo, a saber, dos filhos de Israel, e eram sete mil.
  16. Saíram ao meio-dia. Ben-Hadade, porém, estava bebendo e embriagando-se nas tendas com os trinta e dois reis que o ajudavam.
  17. Saíram primeiro os servos dos príncipes das províncias; e Ben-Hadade enviou espias, que lhe vieram dizer: São homens que saíram de Samaria.
  18. Ele disse: Ou eles venham tratar de paz, tomai-os vivos; ou venham pelejar, tomai-os vivos.
  19. Os servos dos príncipes das províncias, e o exército que os seguia, saíram da cidade.
  20. Eles feriram, cada um ao que se lhe opunha; e os siros fugiram, e Israel os perseguiu. Ben-Hadade, rei da Síria, escapou a cavalo com cavaleiros.
  21. Saiu o rei de Israel, e feriu os cavalos e os carros, fazendo nos siros grande matança.
  22. Então o profeta se chegou ao rei de Israel, e lhe disse: Vai, fortifica- te, considera e vê o que fazes; porque daqui há um ano subirá o rei da Síria contra ti.
  23. Os servos do rei da Síria disseram-lhe: O seu Deus é Deus de montes: por isso eram mais fortes do que nós; mas pelejemos contra eles em planície, e com certeza seremos mais fortes do que eles.
  24. Faze isto: tira os reis, cada um do seu lugar, e substitui-os por capitães,
  25. e forma um exército igual em número ao que perdeste, cavalo por cavalo, e carro por carro. Pelejaremos contra eles em planície, e com certeza seremos mais fortes do que eles. Ele deu ouvidos ao que disseram, e assim o fez.
  26. Sucedeu que, passado um ano, fez Ben-Hadade revista dos siros, e subiu a Afeque para pelejar contra Israel.
  27. Também dos filhos de Israel se fez revista, e foram providos de víveres, e marcharam contra eles. Os filhos de Israel acamparam-se em frente deles, como dois pequenos rebanhos de cabritos; os siros, porém, enchiam a terra.
  28. Chegou um homem de Deus, e disse ao rei de Israel: Assim diz Jeová: Porque os siros disseram: Jeová é deus de montes, e não é deus de vales, portanto entregarei toda esta grande multidão nas tuas mãos, e sabereis que eu sou Jeová.
  29. Estiveram acampados sete dias uns em frente de outros. Ao sétimo dia deu-se batalha, e os filhos de Israel num dia mataram dos siros cerca de cem mil homens de pé.
  30. Os restantes, porém, fugiram para Afeque, e entraram na cidade; e caiu o muro sobre vinte e sete mil homens que restavam. Ben-Hadade fugiu, entrou na cidade e meteu-se numa câmara interior.
  31. Disseram-lhe os servos: Eis que temos ouvido dizer que os reis da casa de Israel são clementes; ponhamos, pois, sacos sobre os lombos, e cordas à roda das cabeças, e saiamos a ter com o rei de Israel; talvez ele te salve a vida.
  32. Cingiram-se de sacos pelos lombos, puseram cordas à roda das cabeças e, indo ter com o rei de Israel, disseram: Diz o teu servo Ben-Hadade: Concede-me a vida. O rei de Israel disse: Vive ele ainda? Ele é meu irmão.
  33. Ora os homens observavam atenciosamente, e logo se apoderaram da expressão que tinha usado; e disseram: Teu irmão Ben-Hadade! Ele disse: Ide, trazei-mo. Ben-Hadade saiu a ter com ele; e ele o fez subir ao carro.
  34. Ben-Hadade disse-lhe: Restituirei a ti as cidades que meu pai tomou a teu pai; e farás para ti ruas em Damasco, como meu pai as fez em Samaria. Eu, disse Acabe, feita esta aliança, te deixarei ir. Fez a aliança com ele, e o deixou ir.
  35. Ora, certo homem dentre os filhos dos profetas disse, por ordem de Jeová, ao seu companheiro: Fere-me, te peço. O homem recusou feri-lo.
  36. Ele lhe disse: Porquanto não obedeceste a voz de Jeová, eis que, em te apartando de mim, te matará um leão. Logo que dele se apartara, um leão o encontrou e matou.
  37. Tendo ele encontrado outro homem, disse-lhe: Fere-me, te peço. O homem o bateu e feriu.
  38. Partiu o profeta, ficou esperando ao rei no caminho e disfarçou-se, cobrindo os olhos com o seu turbante.
  39. Ao passar o rei, gritou e disse: O teu servo estava no meio da peleja; eis um homem, voltando-se, me trouxe outro homem, e disse: Guarda-me este homem; se ele vier de qualquer maneira a faltar, a tua vida responderá pela vida dele, ou senão pagarás um talento de prata.
  40. Estando o teu servo ocupado na peleja de uma e outra parte, ele desapareceu. Respondeu-lhe o rei de Israel: Esta será a tua sentença; tu mesmo a pronunciaste.
  41. Ele se apressou, e tirou de sobre os olhos o turbante; e o rei de Israel reconheceu que era um dos profetas.
  42. Ele lhe disse: Assim diz Jeová: Porquanto deixaste escapar da tua mão o homem que eu havia votado à destruição, portanto a tua vida responderá pela vida dele, e o teu povo pelo povo dele.
  43. Foi-se o rei de Israel, desgostoso e indignado, para sua casa, e veio para Samaria.

1 Reis 19

  1. Referiu Acabe a Jezabel tudo o que Elias havia feito, e como matara todos os profetas à espada.
  2. Jezabel enviou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Assim me façam os deuses e ainda mais, se eu amanhã a esta hora não fizer à tua vida o que fizeste à deles.
  3. O que vendo, levantou-se e, para conservar a vida, foi-se e chegou a Berseba, que pertence a Judá, e ali deixou o seu criado.
  4. Ele, porém, andou pelo deserto o caminho dum dia, e veio e se assentou debaixo dum junípero; pediu para si a morte, e disse: Basta; tira, Jeová, a minha vida, porque eu não sou melhor do que meus pais.
  5. Deitou-se e dormiu debaixo de um junípero; eis que um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te e come.
  6. Olhou ele, e viu junto à cabeça um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água. Comeu e bebeu e tornou a deitar-se.
  7. Voltou segunda vez o anjo de Jeová, e tocou-o e disse-lhe: Levanta-te e come, porque a viagem é demasiado longa para ti.
  8. Levantou-se, comeu e bebeu, e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
  9. Entrou ali numa caverna, onde pousou. Eis que lhe veio a palavra de Jeová, e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?
  10. Ele respondeu: Tenho sido zeloso por Jeová, Deus dos exércitos; porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares e mataram à espada os teus profetas; eu, somente eu, fiquei, e procuram tirar-me a vida.
  11. Foi-lhe dito: Sai para fora, e põe-te no monte diante de Jeová. Eis que passava Jeová, e um grande e forte vento fendia os montes e esmigalhava as penhas diante dele, porém, Jeová não estava no vento; depois do vento um terremoto, porém, Jeová não estava no terremoto;
  12. depois do terremoto um fogo, porém, Jeová não estava no fogo; e depois do fogo uma voz dum suave silêncio.
  13. Ouvindo-a Elias, envolveu o rosto na sua capa e saindo para fora, pôs-se à entrada da caverna. Eis que lhe veio uma voz e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?
  14. Ele respondeu: Tenho sido zeloso por Jeová, Deus de Israel, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares e mataram à espada os teus profetas; eu, somente eu, fiquei, e procuram tirar-me a vida.
  15. Disse-lhe Jeová: Vai, torna ao teu caminho pelo deserto de Damasco; quando lá chegares, ungirás a Hazael em rei sobre a Síria.
  16. A Jeú, filho de Ninsi, ungi-lo-ás rei sobre Israel; e a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungi-lo-ás para ser profeta em teu lugar.
  17. Quem escapar da espada de Hazael, Jeú o matará; e quem escapar da espada de Jeú, Eliseu o matará.
  18. Todavia hei de reservar para mim sete mil em Israel: todos os joelhos que se não dobraram a Baal, e toda a boca que o não beijou.
  19. Partiu dali Elias e achou Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois à sua frente, estando ele com a duodécima; chegando-se Elias a Eliseu, lançou a sua capa sobre ele.
  20. Deixando este os bois, correu após Elias e disse: Permite-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. Elias respondeu-lhe: Torna a voltar, pois que te fiz eu?
  21. Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou a junta de bois, e matou-os, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e deu-as ao povo, e comeram. Então se levantou, seguiu a Elias e o servia.

1 Reis 18

  1. Passados muitos dias veio a palavra de Jeová a Elias no terceiro ano, dizendo: Vai mostrar-te a Acabe; e farei cair chuva sobre a terra.
  2. Partiu Elias a se mostrar a Acabe. A fome era extrema em Samaria.
  3. Acabe chamou a Obadias, que estava sobre a sua casa (Ora Obadias temia muito a Jeová,
  4. porque quando Jezabel exterminava os profetas de Jeová, tomou Obadias cem profetas, e os escondeu cinquenta numa caverna e cinquenta na outra e os sustentou de pão e água).
  5. Disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a todas as torrentes; talvez possamos achar erva e salvar a vida aos cavalos e machos, de maneira que não percamos todos os animais.
  6. Repartiram entre si a terra, para a percorrerem; Acabe foi sozinho por um caminho, e Obadias foi sozinho por outro caminho.
  7. Quando Obadias estava em caminho, eis que Elias se encontrou com ele. Obadias, reconhecendo-o, prostrou-se com o rosto em terra e disse: És tu, meu senhor Elias?
  8. Ele respondeu: Sou eu; vai, dize ao teu senhor: Eis aqui está Elias.
  9. Ele disse: Em que pequei, para que tu entregues o teu servo nas mãos de Acabe, para ele me matar?
  10. Pela vida de Jeová teu Deus que não há nação nem reino, aonde o meu senhor não tenha enviado em busca de ti, e dizendo eles: Não está aqui; fazia ele jurar a nação e o reino que não te haviam achado.
  11. Agora tu dizes: Vai, dize ao teu senhor: Eis aqui está Elias.
  12. Logo que eu me apartar de ti, levar-te-á o espírito de Jeová para um lugar que ignoro; quando eu vier e o disser a Acabe, e ele não te puder achar, tirar-me-á a vida. Porém, eu, teu servo, temo a Jeová desde a minha mocidade.
  13. Acaso não se te disse o que fiz quando Jezabel matava os profetas de Jeová, a saber, como escondi cem dos profetas de Jeová, cinquenta numa caverna e cinquenta na outra, e os sustentei de pão e água?
  14. Agora dizes tu: Vai, dize ao teu senhor: Eis aqui está Elias. Ele me matará.
  15. Elias disse: Pela vida de Jeová em cuja presença estou, hoje mesmo me hei de mostrar a ele.
  16. Foi Obadias encontrar-se com Acabe, e avisou-o; e foi Acabe ter com Elias.
  17. Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturbador de Israel?
  18. Respondeu Elias: Eu não tenho perturbado a Israel; mas tu e a casa de teu pai, por terdes deixado os mandamentos de Jeová, e por teres tu seguido os Baalins.
  19. Agora envia e ajunta a mim todo o Israel no monte Carmelo e os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas da Aserá, que comem da mesa de Jezabel.
  20. Acabe enviou a todos os filhos de Israel, e ajuntou os profetas no monte Carmelo.
  21. Elias, chegando-se a todo o povo, disse: Até quando claudicareis para duas partes? Se Jeová é Deus, segui-o; se, porém, Baal o é, segui-o. O povo não lhe respondeu palavra.
  22. Então disse Elias ao povo: Eu sou o único que fiquei dos profetas de Jeová, mas os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens.
  23. Deem-se-nos, portanto, dois novilhos; escolham eles para si um novilho, e dividindo-o em pedaços, o ponham sobre a lenha, porém não metam fogo por baixo; eu prepararei o outro novilho, e pô-lo-ei sobre a lenha, porém não meterei fogo por baixo.
  24. Invocai vós o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome de Jeová; o Deus que responder por meio do fogo, seja esse o Deus. Todo o povo, respondendo, disse: É boa a proposta.
  25. Disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós um novilho, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, invocai o nome do vosso deus, e não metais fogo por baixo.
  26. Tendo eles tomado o novilho que lhes fora dado, prepararam-no, e invocaram o nome de Baal desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Baal, responde-nos. Porém não havia voz, nem havia quem respondesse. Rodeavam manquejando o altar que se tinha feito.
  27. Ao meio dia Elias zombava deles, e dizia: Gritai em altas vozes, pois ele é um deus; ou está meditando, ou está em retiro, ou está em viagem, ou porventura está dormindo, e necessita que o acordem.
  28. Clamavam em altas vozes, e segundo o seu costume se retalhavam com facas e lancetas, até sair-lhes sangue.
  29. Passado o meio-dia, profetizavam até o tempo de se oferecer a oblação da tarde; porém não havia voz, nem havia quem respondesse, nem atendesse.
  30. Então disse Elias a todo o povo: Chegai-vos a mim. Chegou-se a ele todo o povo. Elias consertou o altar de Jeová, que tinha sido derrubado.
  31. Tomou doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, a quem viera a palavra de Jeová, dizendo: Israel será o teu nome.
  32. Com as pedras edificou um altar ao nome de Jeová; e fez um sulco capaz de conter duas medidas de semente ao redor do altar.
  33. Dispôs a lenha, dividiu o novilho em pedaços e pô-lo sobre a lenha. Ele disse: Enchei de água quatro talhas, e entornai-a sobre o holocausto e sobre a lenha.
  34. Disse ainda: Fazei-o segunda vez; e fizeram-no segunda vez. De novo disse: Fazei-o terceira vez; e fizeram-no terceira vez.
  35. A água corria ao redor do altar; ele encheu também de água o sulco.
  36. Sendo já o tempo de se oferecer a oblação da tarde, chegou-se Elias e disse: Ó Jeová, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, seja manifestado hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que por tua ordem tenho feito todas estas cousas.
  37. Responde-me, Jeová, responde-me para que este povo conheça que tu, Jeová, és Deus, porque fizeste voltar para trás o seu coração.
  38. Caiu o fogo de Jeová, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e sorveu a água que estava no sulco.
  39. O que tendo visto todo o povo, prostraram-se com o rosto em terra e disseram: Jeová é o Deus; Jeová é o Deus.
  40. Disse-lhes Elias: Agarrai os profetas de Baal; que nenhum deles escape. Agarraram-nos. Elias fê-los descer à torrente de Quisom, e ali os matou.
  41. Disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque se ouve o ruído duma grande chuva.
  42. Subiu Acabe a comer e a beber. Elias subiu ao cume do Carmelo e, inclinado por terra, meteu o rosto entre os joelhos.
  43. Disse ao seu criado: Sobe agora, e olha para a banda do mar. Subiu, olhou e disse: Não há nada. Elias disse-lhe: Torna a ir sete vezes.
  44. À sétima vez, disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem, ao tamanho da mão dum homem. Disse-lhe Elias: Sobe, e dize a Acabe: Manda aprontar o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça de o fazer.
  45. Em pouco tempo o céu enegreceu de nuvens e de vento, e caiu uma grande chuva. Acabe subiu ao carro, e foi para Jezreel.
  46. A mão de Jeová foi sobre Elias, que cingiu os lombos, e correu adiante de Acabe até a entrada de Jezreel.